Pensou sobre aquilo umas 327 vezes apenas na última hora e, claro, estava incerto.
“Cale-se”, disse para si mesmo. No ímpeto agarrou o telefone e discou, mas sequer deixou chamar. Olhou à sua volta…. ninguém (e como poderia ter? Ele estava trancado em seu quarto há horas)!
Discou novamente e dessa vez deixou que tocasse por três vezes. Ouviu um barulho e desligou apressado. Só então ele pensou no quanto seria rude desligar na cara dela. Discou novamente.
Dessa vez ele deixou tocar e tocar e tocar… o suficiente para que a ligação caísse e não, ninguém atendeu do outro lado. Foram dois suspiros. O primeiro de alívio e após uma breve pausa o segundo veio cheio de chateação.
Fitou sua cama com decisão e deitou, ligou o som bem alto e cobriu a cabeça com o travesseiro. Tanto tempo para tomar uma atitude para não ter nem resposta! Tudo tinha que dar errado, incrível!
E então, claro, pegou no sono e esgotado, só acordou tarde da noite. Às onze e quarenta e sete resolveu checar o celular, pensando que já era manhã e que provavelmente havia perdido a hora. No visor aparecia: uma nova mensagem.
“Esperei você ligar, mas nada. Se ainda quiser, cinema amanha?”
Mais uma vez dois suspiros. O primeiro de alívio e o segundo veio carregado de satisfação.