Se tem uma coisa que eu faço é me apegar à música. A artistas. Agora mesmo dei o play num disco do God is an Astronaut… um disco que eu ouço há anos. ANOS. Sei lá, é coisa de fã isso? Nunca parei pra me considerar fã de nada, desde que cresci da fase do Blink 182 (e acreditem, foi uma fase e tanto!).
Eu ouço os mesmos discos do God is na Astronaut, do Explosions in the Sky, do Akron/Family, da Joanna Newsom, do New Order… do Polara. São músicas que me são suficientes, me são familiares. Tá, acho que é coisa de fã mesmo isso.
Ouço discos de 2005 que me soam frescos e crocantes como se os estivesse descobrindo agora, mas que me abraçam e cuidam de mim, como um bom e velho amigo. Canto as letras junto e vou pra um lugar confortável. Me sinto em casa.
Não desapego. Não sei explicar, claro que desde sempre mesmo ouvindo esses mesmos discos, me atualizei em coisa nova, ouvi outras bandas, mas essas citadas e outras ocultas são aquelas me garantem um bom momento musical.
Numa época onde é tão importante estar atualizado e manjar muito do que está sendo lançado no mainstream, no indie-pop, no hispter-chic, no underground do metal capixaba… às vezes me sinto meio perdida, deslocada e surda-muda. Eu nunca sei do que vocês tão falando.
Quero me deitar na cama, me cobrir e ouvir aquele disco Inacabado do Polara, cantando junto de cabo à rabo, um rabo de galo ou o seu de cavalo, pra eu me comportar melhor. Eu tô velha pra isso?
Se eu fico triste, é a Joanna que canta pra mim, se eu estou melancólica, é a batida e as letras do New Order que estabelecem o clima ideal para o meu humor.
Interessantemente, bandas que eu fui fã declaradamente não fazem muito isso. Se ouço Blink 182 ou até mesmo Le Tigre, sou sim transportada para fases lindas, felizes, ricas da minha vida, mas o efeito é nostálgico e não tem o frescor do qual falo aqui.
Bom, é isso.