Aproveitando que atualizei a página de Viajando Barato aqui no blog, com dicas de sites para encontrar e comprar passagens (de ônibus, trem e avião) e reservar hostel, vou começar os trabalhos finalmente sobre a viagem de fim de ano.
Antes de tudo o planejamento!
A ideia era simples: eu teria duas semanas para viajar no final do ano. Seria de um sábado, dia 21 de dezembro até um domingo, dia 05 de janeiro. Na verdade eu estava livre para zarpar à partir das 19:00 horas da sexta, dia 20, mas aí já seria desespero demais hahaha, então acabei estabelecendo essas datas mesmo. O que eu queria, claro, era aproveitar as férias ao máximo e depois de ter estabelecido o tempo de viagem, veio a grande questão: o destino.
Eu já tinha tido a oportunidade em outras visitas à Europa de conhecer capitais e outros destinos turísticos de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Áustria e Itália. Também fui pra Londres, Glasgow e Edimburgo nas férias de outono, em outubro de 2013… Quando chegou a hora de escolher o destino das férias de fim de ano, eu decidi que queria passar um natal gelado. Muitas meninas aproveitam para ir para destinos com temperaturas mais amenas, mas considerando que eu sou brasileira e todo natal aqui é quente e ensolarado, aquela era uma ótima oportunidade para passar um natal com cara de natal… ou sei lá, um natal que justifica um Papai Noel com roupa de inverno.
Comecei a pesquisar preços e locomoção para a Escandinávia, meu destino de desejo maior até hoje, porque assim que comecei houve duas coisas que me desencorajaram a perseguir esse destino: os preços estavam completamente fora da minha realidade (eu teria que fazer um aperto forte e um malabarismo financeiro bem danado) e conversando com pessoas que entendem de frio, ir para um lugar assim quando está tão frio, numa época onde todos ficam em casa e celebram as festas de fim de ano em família, eu não veria nem faria muito. O clima melancólico tinha um forte potencial. Então a ideia de passar por Copenhague, Bergen, Oslo, Estocolmo e Helsinki não foi pra frente.
Depois de desistir da Escandinávia, virei-me para outro canto que já tinha passado perto, mas não tinha explorado propriamente: Europa Oriental. Quer dizer, eu acho que no final das contas foi uma Europa semi-Oriental a que visitei, mas mesmo assim. Conversando com algumas meninas e explorando bastante o mapa do continente escolhi que passaria por Praga, Budapeste, Viena e Munique. Como teria tempo resolvi incluir Colônia também na lista.
Vale lembrar que quando fiz esse planejamento eu ainda não sabia que voltaria pro Brasil, talvez se soubesse teria incluído um destino diferente de Colônia, ou até mesmo teria dado uma passadinha em Berlim pra ver a Raquel.
Decidido os destinos, comecei a pesquisar preços e preços e preços. Juro que fiquei mais de uma semana olhando e comparando todas as opções de meio de transporte que eu tinha. Quando eu finalmente tinha estabelecido tudo e fui comprar. Os preços tinham subido muito e foi aí que eu resolvi ver se caso eu invertesse a ordem das cidades, eu conseguiria um preço melhor. E sim! Da primeira vez eu iria primeiro para Praga num trem noturno saindo de Utrecht. De lá iria de trem para Budapeste, que de trem seguiria para Viena, seguindo novamente por trilhos até Munique, de onde um trem me levaria pra Colônia. No meu último destino, embarcaria num trem que me levaria novamente pra Utrecht. Todo o trajeto seria de trem e fácil, porém com a subida de valores inverti tudo e mudei alguns trens por ônibus.
A ordem passou a ser: Baarn > Colônia (trem); Colônia > Munique (ônibus); Munique > Viena (trem); Viena > Budapeste (trem); Budapeste > Praga (ônibus); e por fim, Praga > Baarn (trem)
Parte 1: De Baarn para Colônia
No dia 21 de janeiro, peguei um trem às 08:21 em Baarn e cheguei em Colônia cerca de 5 horas depois, após trocar de trem em Utrecht, Eindhoven, Venlo (na Holanda) e Mönchengladbach na Alemanha. Valeu a pena? Eu gosto de acreditar que sim. O trem direto custava mais de 40 euros, eu peguei 5 trens e paguei menos de 30. Além disso, toda essa troca de trens foi bastante aventurosa hahaha.
Fiquei em Colônia por 2 noites e me hospedei no Weltempfänger Backpacker Hostel, que é bem fácil de chegar (fica na cara do metrô) e você leva 10 minutos caminhando até o centro.
Parte 2: De Colônia para Munique
No dia 23 de dezembro, lá estava eu às 7:00 da manhã no ponto de saída do ônibus para segui viagem primeiro até Frankfurt e depois até Munique. O ônibus sairia de Colônia às 7:45 e eu chegaria em Munique às 19:00. Seriam cerca de 10 horas de ônibus. Valeu a pena? Bom, eu paguei cerca de 40 euros na passagem. Comparado ao preço do avião e do trem, foi um valor bem inferior e apesar de eu não ter conseguido um ônibus para viajar durante a madrugada, foi bom porque eu estava com uma febre horrorosa e eu pude ficar o dia inteiro quietinha, quentinha, cochilandinho.
Em Munique fiquei hospedada num hostel super próximo do centro e da estação central da cidade, tipo ficava na rua em frente a estação: sucesso. Sem falar que o Wombats City Hostel Munich tem uma estrutura bem grande e com ótimas áreas de convivência, café da manhã gostoso e quartos muito bons!
Parte 3: De Munique para Viena
A viagem de trem entre Munique e Viena não é longa, demora cerca de 4 horas. Isso quer dizer que um trem noturno não compensa e considerando que o dia clareia às 9 da manhã praticamente e às 4 da tarde já está quase escuro de novo, o legal seria viajar enquanto havia luz no dia. Saí de Munique às 13:30 do dia 26 de dezembro e cheguei em Viena no fim da tarde. Valeu à pena? Sim! O preço foi bom (60 euros) num trajeto que o ônibus demoraria muito mais e não estava tão mais barato. Sem falar que o trem que faz esse percurso direto (apenas uma parada de 6 minutos em Salzburg) é mega confortável, compensa bastante. Você viaja tranquilo.
Em Viena fiquei no Hostel Ruthensteiner, um hostel legal, bem próximo do metrô e da estação central da cidade, além de ser a só uns 20 minutos de caminhada do Palácio de Schönbrunn. O preço estava ótimo, mas talvez por um pouquinho mais eu tivesse ficado num melhor.
Parte 4: De Viena para Budapeste
De trem, Viena e Budapeste ficam à um pulo de distância. Não demora nem três horas e foi isso o que eu fiz. No dia 29 de dezembro peguei um trem às 19:00 na Hauptbahnhof de Viena e antes das 22 já estava lá em Budapeste! Se valeu à pena? Nossa, demais! O preço foi ótimo: 29 euros. E a estação de trem de Budapeste é muito mais acessível que o terminal de ônibus. Eu poderia ter ido andando (daria uns 20 minutos) da estação central de Budapeste para o Hostel, mas pelo horário escolhi pegar o metrô e rapidinho cheguei lá, mesmo tendo me perdido um pouco depois de sair da metrô hehehe.
O hostel Casa de la Musica era bem legal, conheci pessoas ótimas, a segurança boa e os banheiros eram bem legais. Mas minha amiga pegou bedbugs (e eu não, apesar de estarmos na mesma beliche).
Parte 5: De Budapeste para Praga
Esse foi o pior trecho da viagem. Fui de ônibus e as estradas são bem esburacadas e eu passei a viagem inteira tremendo e balançando hahaha. Sem falar de que no meio do caminho o ônibus parou, o motorista falou algo, todo mundo desceu e trocou de ônibus, até aí tudo bem, o problema é que tudo isso aconteceu num idioma que eu não falo nem reconheço (e eu até agora não sei se foi em tcheco ou húngaro, ou se foi até mesmo em eslovaco hahaha – até porque eu não sei em que país eu tava nessa hora). Segui o povo e antes de entrar no outro ônibus eu mostrei a passagem pro motorista que me indicou positivamente para entrar no ônibus. Sei lá, só sei que cheguei em Praga hahaha. Valeu à pena? Eu acho que sim. O preço na passagem está em HUF, florins húngaros, e eu acho que foi barato sim, foram 6500 HUF para uma viagem de 7 horas. Eu me lembro que minha amiga que foi comigo para Praga estava sem passagem e fomos juntas até a estação de trem comprar uma passagem pra ela. Ela pagou acho que 40 euros e eu fiquei morrendo de inveja pra ir com ela de trem. Mas né? Não ia desperdiçar uma passagem de ônibus comprada com antecedência. (olhei no google, hoje 6500 Hungarian forints = 20.6130549 Euros, que em reais dá 62 reais)… é valeu à pena sim.
Em Praga eu fiquei no Fusion Prague Hotel (eles são chiques e não se chamam de hostel). A localização é uma maravilha: são 2 quarteirões da estação de trem central da cidade, são uns 7 quarteirões da Autobusové nádraží Praha Florenc, o terminal de ônibus internacionais e à caminhadas tranquilas de tudo o que você quer ver em Praga. Sério! Sem falar que os quartos são ótimos, enormes, camas gostosas, banheiro com um chuveiro delicioso e tudo super novo. Recomendo muito forte.
Parte 6: De Praga para Amsterdam
Enquanto eu viajava, minha volta para o Brasil tinha sido acertada para o dia 06 de janeiro, o dia imediatamente após minha volta à Holanda, e como eu já tinha deixado tudo praticamente pronto lá em Baarn e meu voo sairia as 8:00 da manhã de Schiphol, meus hosts acharam melhor reservar um hotel para mim já no aeroporto para facilitar a minha movimentação final. Por isso acabei não voltando exatamente para Baarn, mas sim para Amsterdam.
Minha passagem era entre Praga e Utrecht, apesar de o trem seguir sim para a Amsterdam Centraal. No final do meu último dia de viagem propriamente viajando, peguei minha malinha e segui a pé do hostel para a estação central de Praga. Lá, às 18:30 do dia 4 de janeiro, peguei o trem noturno que me levaria de volta para a Holanda. Antes da meia noite já estávamos parados na Berlim Ostbahnhof e me deu um aperto enorme no coração estar tão próxima à Raquel e não poder vê-la. Depois de uma parada de cerca de meia hora na capital Alemã, o trem seguiu viagem e após inúmeras paradas que mal percebi pois dormia, o trem chegou na Holanda por volta das 7:00 da manhã do dia 05 de janeiro. Depois de uma parada não muito gostosa para verificação de passaporte/documentação seguimos viagem e finalmente o trem parou em Utrecht. Como já havia tido uma verificação de passagens junto com os passaportes e o destino final mesmo era Amsterdam, eu até poderia ter continuado no trem porque dificilmente alguém viria verificar novamente as passagens, mas como sou chatinha/medrosa para essas coisas, escolhi descer do trem e pegar um intercity mesmo até Amsterdam.
Todas as fotos do post foram tiradas por/pertencentes a mim.