Eu já escrevi sobre Lisboa aqui, numa narrativa cheia de detalhes e que vale a pena ler, porque como o texto é de 2009, minha memória tinha muito mais detalhes do que posso oferecer agora.
Mas o que posso contar agora é o seguinte: o voo que atrasou no Brasil, devido a neve da França atrapalhou nossa chegada à Portugal. Passamos de praticamente 2 dias em Lisboa, que é quase tempo nenhum, para pouco mais de 1 dia, que é o tempo necessário para se ver muito pouco. Sim, tivemos que enxugar nossa programação para a cidade e olhando de fora parecia que não faria tanta diferença assim, mas é claro que fez.
O voo de Paris para Lisboa foi tranquilo e apesar de o avião ser bem pequeno, ainda assim ele estava vazio. Aproveitamos que a viagem era curta para descansarmos da viagem anterior, que foi longa, e também do chá de cadeira que levamos enquanto aguardávamos para embarcar novamente.
Quando chegamos o sol já estava se pondo, e até sairmos do aeroporto era oficial: já era noite. Pelo caminho até o hotel a cidade vibrava! Não sei se era a empolgação pelo fato de eu finalmente ter chegado à Europa e ter sobrevivido aos dois voos, mas a Lisboa simplesmente saltava aos olhos. Praticamente tudo ali era familiar. É difícil de explicar e eu posso muito bem ter pirado e não ser nada disso, mas vi muito de São Paulo naqueles prédios, naquelas avenidas, naquela gente. Bem, se for o caso, é tudo exatamente ao contrário. Tem muito daqueles prédios, avenidas e daquela gente na minha São Paulo e por isso eu me senti muito bem ali.
Nossa noite foi um misto de curiosidade e cansaço puro. Não existia jet lag, mas se não tivéssemos passado praticamente as últimas 24 horas dedicadas à viagem e logística, estaríamos num melhor ânimo. Apesar de termos saído para comer e dar uma olhada nos arredores, meu foco estava mesmo em descansar, dormir na horizontal, tomar banho quente e afins.
No nosso finalmente dia em Lisboa tinhamos muito a fazer: além de desbravar ao máximo tudo o que conseguíssemos precisávamos também comprar casacos mais quentes do que os que nós levamos. Como corríamos o risco de levar muitos casacos daqui que poderiam ser ineficientes para um inverno mais rígido que o paulistano (e que também não seriam práticos porque muitas camadas = muito trabalho ao entrar e sair de lugares), resolvemos levar algo intermediário e lá comprar algo melhor. A parte boa é que em janeiro praticamente todo o continente se encontra em liquidação. Sim, são saldas, soldos, sales, rebajas… então dá pra ficar mais tranquilo na hora de contar seus ricos eurinhos pra comprar o tal casaco. E eu tou escrevendo isso olhando pro casaco que comprei lá, há 3 anos e que ainda tá inteirinho. Super valeu a pena! O problema é claro foi o tempo.
É meio tenso não querer passar frio e querer conhecer uma cidade em pouco mais de 8 horas. Descemos do Largo do Rato, onde ficava nosso hotel, até o Tejo, depois fomos paralelamente a ele até a Praça do Comércio e então seguimos pela rua Augusta de lá. Foi ali onde fizemos nossa refeição: um almoço meio basicão numa das muitas opções disponíveis na rua. A comida era boa, o garçom brasileiro e as pombas subiam nas mesas. Foi também ali onde encontramos nossos casacos. Foi uma das garimpadas mais eficientes que já fiz, acho. Encontrei um casaco quente, lindo, na cor que eu adoro e paguei baratinho. Tudo isso em cerca de 30 minutos. Sucesso!
Até o fim do dia ainda nos perdemos em algum tipo de transporte fluvial que eu não tenho muita certeza do que aconteceu, turistamos um pouco mais, fomos atacadas por patos ou alguma espécie similar, jantamos correndo e voamos até o hotel. Ainda precisávamos desbravar a malha metroviária de Lisboa para chegarmos na estação de trem sem nos preocuparmos se perderíamos ou não o trem que nos levaria até Madri. A parte boa é que o metrô da capital portuguesa não é muito complexo, a parte ruim é que eu estava partindo para outra cidade sabendo que ainda existia muito para conhecer por ali e que eu simplesmente não tive tempo.