Ignorância

Um dos meus maiores medos é falar daquilo que não sei. Acho que alguns de vocês (ou todos) já perceberam isso. É por isso que relutei tanto para começar a falar das minhas viagens, por exemplo, porque não queria soar de um jeito que me faz parecer alguém que entende tudo do assunto ao dar as dicas, quando claramente não entendo. E qualquer um que entende vai pensar “que otária”, porque é assim que me sinto quando leio alguns outros blogs sobre alguns outros temas.

É um troço estranho, mas me incomoda muito ver pessoas que não fazem a mínima idéia do que estão falando publicando coisas por aí, seja no facebook, seja no twitter, seja em seus blogs.

Eu não sei exatamente o que leva as pessoas a falarem as groselhas que falam, mas acho que elas realmente acreditam que sabem do que estão falando. E o pior, o resto das pessoas está tão sem referência que elas também acreditam! E daí, o horror! Ah o horror! De abrir um blog e ler tanta superficialidade e ver que outras 103 pessoas gostaram e comentaram que aquilo tudo é muito boa informação e que a partir de agora vão tentar copiar o autor do post.

Pára! Tá tudo errado, gente! Parem de se importar tanto com as tendências! Parem de se copiar! Parem de ficar na moda, de manjar o hype, bla bla bla bla. Trendsetter meu cú.

Queria fazer parte de uma época onde ainda existiam pessoas com traços fixos em suas personalidades e em seus gostos. E não me entendam mal, eu acredito em pessoas que mudam de bandas preferidas, que descobrem coisas novas e as preferem ao que já existia em seus repertórios, o problema não é esse. É que se você olhar em volta, vai ver gente que a cada 6 meses é especialista em algo novo que se já não está, logo estará na crista da onda. Gente, a crista da onda é tão chata.

E mais: estamos realmente num mundo onde é preciso admirar tanto alguém que saiba só um pouco a mais do que você? A discussão nunca é justa. Sempre fico com aquela impressão de os textos nos blogs são “chorai, leitores despreparados, hoje falarei de algo que está bombando no momento. Se vocês ainda não usam, logo estarão e a novidade se chama comer cocô” e então os comentários são “nossa, não acredito que até agora vivi sem isso, muito legal você ter me mostrado, vou tentar usar e comento aqui de novo pra dizer como foi”.

Não quero parecer muito amarga e, sei lá, acho que é legal dar uma mastigada em algo que você acha muito legal e contar pros seus leitores, ainda mais se seu blog, ou seu twitter tem um alcance bacana. Tá certo, quando a gente curte algo a gente quer mostrar pros outros. É como na escola, no dia do brinquedo a gente levava o brinquedo preferido e queria mostrar pra todos como nosso brinquedo era legal. Mas nem tudo é tão bacana, nem tudo vai mudar nossas vidas e a gente nem sempre sabe tudo sobre aquilo. E eu acho que, pra mim, é aí onde mora o problema.

Realmente fico irritada quando vejo pessoas que não entendem de um determinado tema falando sobre aquilo como se fosse a coisa mais genial do mundo! Ou falando como se fosse a coisa mais estúpida do mundo. De duas, uma: ou você descobre mais sobre o negócio e daí conta, ou você vai continuar fazendo papel de besta para aqueles que sabem mais sobre o negócio.

E eu tou falando de coisas superficiais como música, balada, moda e qualquer outra coisa moderninha e que importam aos jovens antenados.

Dói muito a alma ler tanta groselha e fico triste de verdade ao ver que tem tanta gente por aí que realmente compra essas groselhas como informação de qualidade.

Sei lá, isso me irrita tanto que nem consigo ser racional direito e me expressar de um modo que faça sentido.

 

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