Eu ia fazer um post simples no twitter, mas claro, não coube, então vim aqui, tirar a poeira que acumulou e me expressar um pouquinho mais extensamente:
Eu não sou uma leitora de blogs, e sim, eu sei, eu tenho um blog (um canto obscuro da inter-nets), mas pra mim blogs ainda precisam ser pessoais… por mais que só falem de atualidades, design, comportamento ou qualquer outra coisa, blogs existem para que o autor se expresse. Tem muito blog que vive a base de pesquisa de mercado. “O que atrairia leitores?” e não o contrário.
Mas eu leio sim alguns blogs, a maioria de pessoas que eu conheço – e a outra parte de pessoas que passei a conhecer através exatamente de seus blogs.
Certo, não quero viajar muito, até porque nesse assunto de blog-internet-vida pessoal eu tenho um outro assunto no gatilho, que até cabe aqui, mas vou deixar de fora por enquanto.
Existe um certo blog que quando eu comecei a ler eu achei bacana, a autora escrevia coisas que normalmente as pessoas não dizem. E meses se passaram, vários meses e alguma coisa começou a mudar. Acho que a autora estava finalmente se firmando, eu já conhecia o estilo dela e aquelas coisas que ninguém mais dizia começaram a se mostrar como arrogância.
Parei de ler, também, o blog com tanta frequência, agora deixo o reader acumular um pouco antes de clicar nele. E conversando com um amiga e algumas outras pessoas um dia desses surgiu um comentário sobre exatamente esse blog e foi comentando o mesmo que eu estava sentindo: como essa pessoa estava se tornando… hm… desinteressante. Aparentemente eu não estou sozinha.
Mas sempre que eu o abro no reader e leio a autora falando de férias, procura de emprego, tardes ao som de sei lá, Caetano Veloso tudo me parece estranho. É exatamente por já conhecer a autora que eu acabo sentindo preguiça. Eu leio que dezenas de pessoas curtiram aqueles textos e eu só consigo pensar “meu deus, mas quanta groselha!”.
São idéias diferentes das minhas, mas tão diferentes, que me inspiram a escrever também. A não dizer nada com nada, tem sido difícil articular uma única idéia por aqui, mas registrar que também tenho direito as minhas groselhas, sejam elas curtidas só por mim ou também mais alguns gatos pingados.
E eu também comecei a sentir que essas coisas que ninguém mais diz acabaram se tornando artificiais, vazias, escritas sob a premissa de “o que deixaria todo mundo chocado e me faria parecer alguém irreverente”, não sendo realmente – a autora – chocante ou irreverente.
Aparentar, em textos, ainda que nessa era digital, continua sendo muito diferente de ser, em carne e osso. E então me leva a pensar também que eu não preciso escrever minhas groselhas sempre que elas passam pela minha cabeça, eu não preciso dar minha opinião online sobre tudo. Ninguém precisa. Então ok. Estou tranquila.